Resenha: Academia de Vampiros - O Beijo das Sombras, de Richelle Mead

Obra: O Beijo das Sombras
Autora: Richelle Mead
Editora: Agir
Páginas: 320
Média de preço: R$ 13,41 a R$ 35,90

Vampiros e mais vampiros. Talvez seja a criatura sobrenatural mais usada em meios de entretenimento, tanto em filmes, séries de tv, quadrinhos e livros. Mas o que acontece para que todos ainda consumam esses seres? Simples, a diferenciação. Cada livro de vampiro lançado nos últimos tempos são diferentes um dos outros, como por exemplo, os de forte apelo sexual de As Crônicas de Sookie Stackhouse contra os andantes do sol dos irmãos Salvatore. Seja como for, parece que ainda veremos muito dessas criaturas ainda.

Seguindo essa premissa, eis que foi publicada em 2007, nos Estados Unidos, o livro Academia de Vampiros, que depois se transformou na saga de mesmo nome, tendo seis volumes lançados. Escritos por Richelle Mead, a saga tenta ao mesmo tempo se posicionar como algo inovador, mas sem perder o encanto que faz as pessoas comprarem as obras. Mas isso é algo que funciona? Digamos que sim, mas em partes.

No primeiro livro da saga, publicado no Brasil como O Beijo das Sombras, somos apresentados a três raças de vampiros: os Moroi, vampiros de sangue puro e da realeza, dominantes de magia; os Strigoi, os vilões da história, que são nada mais do que Moroi transformados e os Dampiros, raça híbrida de vampiros e humanos, que são treinados para proteger os Moroi dos seus inimigos. Em meio a essa premissa, está Rose Hathaway e Lissa Dragomir, melhores amigas e fugitivas da Escola São Vladimir (a tal Academia de Vampiros). Enquanto Rose é uma dampira que deseja se tornar a guardiã de Lissa, a outra é o último membro da família real Dragomir vivo. Mas o que as duas tem em comum para terem fugido do único lugar seguro contra os temidos Strigoi? Segredos.

Essa talvez seja a base do enredo, o que realmente aconteceu para as duas fugirem e o que Lissa é capaz de fazer. É uma boa maneira de tornar o livro interessante, mas acontece que Richelle se perde na própria escrita e esquece um pouco da mitologia violenta e sangrenta dos vampiros, inserindo alguns momentos de romance policial no enredo. Esse é o grande erro do livro, fugir de sua essência. Se a autora tivesse continuado a seguir a linha em torno das criaturas, a história seria ainda mais interessante (com uma pitada de ação, é claro).

O que salva o livro são os personagens e as situações típicas de um internato que eles vivenciam, em uma maneira de tentar atualizar o mundo dos vampiros. De longe, Rose, com seu jeito desbocado, irresponsável e explosivo, é a personagem mais interesse de longe do livro, principalmente por entender o verdadeiro significado do que é ser um guardião. Outro que merece um comentário é o enigmático Christian Ozera, cujos pais tiveram um destino não tão bom e, por isso, ele é visto como um dos potenciais vilões para a história. As situações que a autora cria, envolvendo sexo, mentiras e (pasmem) até uma vampira depressiva se encaixam no enredo, mesmo soando ridículas para quem ainda não conferiu a obra.

No mais, Academia de Vampiros é um bom livro, e só. Ao mesmo tempo que ele apresenta uma nova visão dos vampiros, ele se perde na mesma e acaba passando despercebido. É uma pena que a saga não tenha começado de uma maneira mais explosiva, mas, ainda assim, como um leitor assíduo, pretendo ler no mínimo mais um livro da saga. O jeito é torcer para que as presas encontrem sangue, e não suco de groselha para enganar.

Nota: * * * * * * * * * *

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