Resenha: Sobre a Redoma, de Stephen King

Obra: Sob a Redoma
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 960
Média de preço: R$ 49,90 a R$ 79,90

Extenso. Essa é a primeira palavra para definir o romance de apenas 960 páginas do mestre do horror, Stephen King. Até o momento, é o livro mais longo que eu já li, e, da mesma maneira, não deixa de ser um dos melhores da minha estante. Sob a Redoma é intenso, divertido e cruel contando, é claro, com a escrita irreverente de King.

Ambientado na fictícia cidade de Chester's Mill, no estado norte-americano do Maine, o enredo é sobre uma misteriosa redoma que simplesmente aparece na cidade, a isolando do restante do mundo pelas suas fronteiras humanas. É presos sobre esse misterioso campo de força que a população começa a expor seus medos, desejos, loucura e segredos, em meio a uma trama totalmente intrigada e costurada por meio de seus personagens.

O fato de que Stephen começou a desenvolver a ideia em 1976 e a descartou é simplesmente inacreditável. Foram 33 anos até que o autor voltasse a escrever a obra e publicasse, gerando, como sempre, um best-seller, críticas extremamente positivas e uma série de TV pelo canal CBS, que está a caminho de estrear sua segunda temporada.

Os personagens do livro são muito bem desenvolvidos, sejam os protagonistas ou secundários. King tem a habilidade e o poder de criar e diferenciar cada personagem, dando características, trajetos e fisionomias que deixariam o mais capacitado dos autores com inveja. Outro fato que mantém a obra sempre em um nível alto é a importância que o autor dá aos personagens, mesmo alguns que apareçam pouco durante o desenrolar da história, eles são essenciais em alguma parte da história.

O protagonista da vez é Dale "Barbie" Barbara, um ex-veterano da guerra que se encontra em Chester's Mill no dia em que a redoma aparece. Totalmente reservado e honesto, Barbie chega a ser um dos melhores personagens já feitos pelo autor. Seu oposto é Big Jim Rennie, o segundo vereador da cidade, profundamente católico e averso a palavrões, e seu filho, Junior Rennie (que sente um ódio mortal de Barbie... ah, mulheres). Os confrontos entre os três durante o livro são simplesmente ótimos, com falas impecáveis e situações que chegam a ser constrangedoras. São os típicos momentos de mocinho x vilão que deixa qualquer um ansioso por mais. 

Outros que merecem destaque é Julia Shumway, Rusty Everett e Andrea Grinnell. São personagens comuns, alguns até estereotipados, mas que o autor consegue dar a devida importância e aumentar o brilho de cada um, deixando eles como os grandes destaques de toda a obra. Isso sem contar aos inúmeros vilões (sim, dois é apenas o começo).

O livro é todo narrado por meio de capítulos que são desenvolvidos por meio de partes em ponto de vista de cada personagem. É uma ótima maneira de contar a história, que não foca em nenhum personagem ou mesmo esquece. Foi a maneria mais certa que o autor usou para dar a chance de todo personagem aparecer e ter o seu momento de destaque. E é claro, em meio a essa narrativa está todos os momentos grotescos, cruéis e impiedosos que fazem dos trabalho de King um dos mais agradáveis (é verdade, muitos gostam) de se ler.

Mesmo com suas 960 páginas, a leitura flui bem e é impossível largar o livro após começar, devido a curiosidade de saber como a história irá terminar, ou melhor de tudo, o que é a força que mantém a redoma ali. Vale muito a pena ler.

Nota: * * * * * * * * * *