Obra: A Crônica do Matador do Rei - Primeiro Dia: O Nome do Vento
Autora: Patrick Rothfuss
Editora: Sextante
Páginas: 662
Média de preço: R$ 26,91 a R$ 49,90
Você percebe que um livro é bom quando um autor ao nível de
George R. R.
Martin o chama de “a melhor fantasia épica de 2011”. Sim, cá
estamos em 2014 e somente neste ano eu pude conferir a fantástica obra de
Patrick Rothfuss: O Nome do Vento. O livro faz parte da trilogia As Crônicas do
Matador, que já contam com dois volumes lançados.
O Nome do Vento é um início de trilogia no mínimo incrível,
sendo totalmente à altura dos comentários positivos que a obra recebe. Pensem
em uma obra parecida com Harry Potter, mas envolta em temas mais pesados e
sombrios, o que a torna excepcionalmente ótima para se deliciar.
Na história, somos apresentados a Kote, um hospedeiro e seu
ajudante, Bast, que juntos cuidam de uma hospedaria na cidade de Newarre. Após
um ataque de estranhas criaturas a um habitante da cidade, Kote tenta descobrir
o que elas são e de onde vieram. Em uma de suas empreitadas, ele acaba salvando
o Cronista, um famoso escritor com habilidades extraordinárias. O Cronista
acaba descobrindo que Kote na verdade é Kvothe, o último descendente da trupe
de artistas Edema Ruh e famoso por ser uma habilidoso lutador, um mágico
poderoso e um excelente músico com o alaúde. O Cronista, tentado pela fama do
improvável herói, o convence a contar sua história a ele para publicação.
Kvothe fica receoso, mas então decide conceder o desejo ao Cronista, na
condição de que tudo dure três dias.
Começa então a incrível, dolorosa e apaixonante história de
vida do herói. Uma criança feliz, é assim que podemos descrever a infância de
Kvothe na trupe. O garoto fica encantado um dia ao ver um mercador realizar uma
mágica conhecida como “chamar o nome do vento” e logo consegue com que o velho
faça parte da trupe. Abenthy, na verdade, é um mago que vê em Kvothe um futuro
brilhante na Universidade, para estudar a magia. Enquanto o garoto não atinge a
idade para estudar, o velho passa a treinar Kvothe com seus ensinamentos.
Tudo parece perfeito, até que o Chandriano, um grupo
misterioso composto por sete homens descobre um segredo do pai de Kvothe,
assassina toda a trupe, poupando somente o garoto. A partir desse ponto, Kvothe
vira uma criança de rua na cidade de Tarbean por três anos e enfrenta muitas
dificuldades, até conseguir ser aceito na Universidade em meio a amigos,
inimigos e uma pista do Chandriano.
O que mais impressiona na história criada por Patrick é a
riqueza em detalhes e o aprofundamento dos acontecimentos. O autor sabe guiar magistralmente
o rumo do que acontece na vida de Kvothe. São situações e medos reais, mesmo
estando presente em um livro de fantasia. E o que mais impressiona quando o
garoto entra para a Universidade é que, o sucesso em suas aulas não chega a ser
forçado, mas sim justificável, graças a presença de Abenthy na infância do
personagem.
Um dos pontos altos da história é a humanização de Kvothe.
Seus pensamentos, sentimentos e medos são retratados com muita realidade. É
praticamente impossível não compartilhar dos mesmos sentimentos do personagem
em todo o livro. Outro ponto positivo da história são os personagens
secundários. Ficamos felizes com a amizade de Kvothe com Simmon e Wil, vivenciamos
seu relacionamento puro com Auri, a rir com as loucuras de Mestre Elodin e o
ajudamos a detestar Ambrose e Mestre Hemmer. Mesmo obtendo menos destaques,
esses personagens são chaves em pontos certos da história. Todas as situações e
problemas causados tem algo relacionado a eles. E é claro, temos Denna, uma
misteriosa garota que é o interesse amoroso do personagem.
A história também é regida tanto na primeira pessoa, quando Kvothe conta seu passado e ocasionando uma maior aproximação com a história, e na terceira pessoa, registrando o momento presente na hospedaria, indicando que a história do personagem ainda não foi concluída.
O misto de magia, vingança e uma história bem construída fazem
de O Nome do Vento um livro impossível de ser ignorado. Patrick merece honras,
muitas honras, pelo seu trabalho com esse livro. Agora é conferir a
continuação, O Temor do Sábio, e me deliciar mais uma vez com Kvothe e sua
história nada convencional.
Nota: * * * * * * * * * *
Nota: * * * * * * * * * *
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