Autora: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 1102
Média de preço: R$ 30,17 a R$ 79,00
A nova versão de It – A Coisa tem mais de 1100
páginas e a história é tão complexa que se torna difícil até de resenha-la, sem
contar algum ponto chave da história ou revelar um acontecimento que está ligado
a outro e assim, acabar com a graça de desvendar a batalha contra a Coisa. Só
uma coisa é certa: é impossível não conferir esse livro.
Nota: * * * * * * * * * *
Stephen, Stephen... o que fazer com a qualidade de suas
obras? É simplesmente impossível não se impressionar com a riqueza de detalhes
que complementa todas as suas obras. E com It – A Coisa, não poderia ser
diferente. Um dos marcos das histórias do autor vai além do simples objetivo de
provocar medo. Vemos uma obra bem amarrada em seus acontecimentos, com
personagens bem desenvolvidos e uma onda de sensações.
It – A Coisa é lembrada até hoje por conta de Pennywise, o
terrível palhaço com os balões coloridos que flutuam. Tanto o livro quanto a
obra provocaram medo em uma geração inteira por causa de seu antagonista e até
hoje causa arrepios ao ser lembrado. Também pudera. Pennywise é o tipo de vilão
que marca o leitor de uma maneira profunda, seja por seus atos ou pelos
momentos amedrontadores que ele participa na história.
A obra se passa na cidade de Derry, no Maine (estado de
King, que serve de fundo para muitas de suas histórias) em dois períodos de
tempo, começando em 1958 e terminando em 1985. Na primeira parte da história,
Derry está sendo atacada por um maníaco assassino (leia-se Pennywise) que deixa
um rastro de sangue e corpos de crianças por onde passa. Em um dia de chuva,
Georgie é atacado pelo palhaço e morre, deixando seu irmão Bill e a família em
estado de luto.
Bill fica perturbado por conta da morte do irmão. E, em um
determinado momento, o garoto se torna amigo de outras seis crianças: Bem,
Beverly, Richie, Eddie, Stan e Mike. Todos os sete descobrem que de algum modo,
já estiveram em contato com a Coisa e é revelado que, ela usa a imagem do
palhaço para poder atrair crianças, quando na verdade ela consegue assumir a
forma do medo mais profundo de cada um. Os sete, quando tiveram contato
separado com a Coisa, cada um viu algo diferente.
Bill então decide liderar o grupo em uma caçada mortal
contra a Coisa, mas há no seu caminho alguns obstáculos: Henry Bowers, Victor
Criss, Arroto Huggins e Patrick Hockstetter, os valentões da cidade. Além de
tomarem cuidado com a Coisa, O Clube dos Otários, nome com que o grupo de Bill
passa a ser chamado, passam a ficar atento com o grupo liderado por Henry, que
tenta a todo custo atormentar a vida dos garotos.
Até que, em um dia de julho, O Clube decide adentrar os
canos do sistema de esgoto da cidade, local onde eles descobrem que a Coisa
habita. Há um confronto direto deles com os valentões e depois com a Coisa, que
assume a forma de uma aranha. O Clube consegue derrotar a Coisa, mas como não
tem certeza se ela realmente está morta, eles fazem um pacto de sangue
prometendo voltar a Derry caso a Coisa volte a atacar.
O fato mais chamativo na história é a alternância entre o
passado e o futuro, fato que vai complementando a leitura, fazendo com que um
fato do futuro fosse explicado no passado. Outro acerto do livro é a criação de
seus personagens, com características e motivações bem diferentes. King, mais
uma vez, consegue criar uma trama que nos mantém presos aos acontecimentos e um
laço de afeto com os personagens.
Mas é Pennywise, a Coisa, o grande acerto da obra.
Mesquinho, maldoso e irônico, os embates que os personagens obtém com o vilão
geram as melhores citações do livro. King conseguiu unir elementos que causam
nojo e pavor do vilão. Algumas transformações que ela sofre ao longo da obra
são surpreendentes.
Mesmo sendo o passado que toma grande parte da obra, o futuro
é o mais interessante. Mike é o único dos amigos que permaneceu em Derry, para
alertá-los caso a Coisa voltasse, o que acontece 27 anos depois. Reencontrar
Ben, Bill, Beverly, Eddie e Richie, depois de tanto tempo é indescritível.
Descobrimos que todos os que saíram da cidade acabaram esquecendo o que havia
acontecido quando eles eram crianças e, ao mesmo tempo em que eles relembram,
nós adentramos junto na história. O único que não retorna é Stan, que suicida
ao receber o telefonema de Mike.
Os acontecimentos do futuro são os mais bem desenvolvidos e
grotescos. Vemos que, mesmo depois de tanto tempo, o medo que O Clube sentia da
Coisa ainda é muito real e presente. Voltamos a vivenciar embates individuais
deles com a Coisa e vários acontecimentos surpreendentes, até um desfecho
emocionante e satisfatório.
Nota: * * * * * * * * * *
Comentários
O livro é muito bom, e ele não trata só da batalha contra A Coisa. Isso é impressionante e ajuda a aprofudar-nos na dimensão emocional das personagens. É realmente uma obra para qualquer um, menos crianças, ler.
Se bem que depois de Game of Thrones...
kkkkk
Realmente fazer resenha de livros do King é sempre um grande desafio,mas você se saiu super bem,resenha muito bem feita,explicativa,sem spoilers e o mais importante:instigante.
Tô morrendo de curiosidade pra ler esse livro,principalmente depois que vi o filme.
Parabéns!!
Abraços!!
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